A alimentação sempre esteve ligada ao conceito de saúde. Já nos tempos de Hipócrates (anos 400 a.C.), com a teoria Humoral – os 4 humores corporais: sangue (coração), fleuma (sistema respiratório), bílis amarela (fígado) e bílis negra (baço) – entendia-se que a má alimentação gerava um desequilíbrio no organismo que levava à doença. Guardadas as devidas diferenças entre os achados antigos, muitos dos quais válidos até hoje, pode-se dizer que o princípio continua totalmente aplicável.

Quadros, gravuras, filmes, literatura, têm muito a nos mostrar sobre a evolução da alimentação. Das frutas e legumes, à caça, à descoberta do fogo, ao uso do sal e especiarias, à criação de animais e a agricultura, até às várias formas de conservação dos alimentos.  Lá, no início, comer era matar a fome, era dar energia ao corpo para continuar na busca da sobrevivência.

A cognição do ser humano desenvolveu a busca do prazer também ao alimentar-se e acrescentou o apetite à fome. A alimentação passou a ser muito mais do que o sustento, e  o excesso e o abuso começaram a interferir na saúde. Com fartura de alimentos à disposição e a chegada da industrialização, junto com o avanço científico, manter a sobrevida dos alimentos passou a depender de latas, caixinhas, saquinhos, vidros, plásticos, além dos mais de 3.000 aditivos químicos – conservantes, corantes, acidulantes…

E assim, hoje, é só ver a quantidade de delícias que são oferecidas nas gôndolas dos supermercados. Tem pra todos os gostos e bolsos. Irresistíveis!! Então, as pessoas se entopem de gorduras, sal, açúcar e componentes químicos, se deleitam com eles e não percebem o mal que trazem ao equilíbrio dos humores corporais. Hipócrates dizia também que as doenças começam a evoluir silenciosamente no corpo e, de repente, aparecem já prontas pra atrapalhar a vida. Começa a correria aos médicos e aos exames tentando entender e justificar esse ‘inesperado’ acontecimento.

Neste ponto chega a questão: Por que ter uma alimentação saudável? A resposta é a mesma há dezenas de séculos: promover a saúde e o bem-estar, a qualidade de vida. Ficar à mercê dos alimentos prontos é escolha. Fazer a comida de verdade é opção.

Buscar manter a boa saúde requer alguma dedicação mas não é difícil e a boa alimentação ajuda. Fazer a comida do dia-a-dia em casa, com o controle do sal, açúcar e gorduras, abusar das frutas, verduras e legumes, caprichar nas ervas e temperos, carnes e peixes assados ou grelhados.

Com o passar da idade, a boa alimentação ganha ainda mais importância. Regularidade e equilíbrio são fundamentais. Moderar sem se privar. Apreciar a comida, sentir seu cheiro, descobrir cada sabor e textura, mastigar bem, sem pressa. 

Cada um tem que fazer a sua parte, os deuses não vão ajudar. Voltando a Hipócrates: “que o teu alimento seja o teu medicamento e que o teu medicamento seja o teu alimento”.

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