Impressão, o sol levante

Olhe bem para a foto acima. Que impressão você tem?  

Observe outra vez. 

Reparou que não há imagens muito definidas? Percebeu o jogo de luz e sombras? Um certo desfocamento?  Viu como o uso das cores, em suas diversas nuances, permite identificar a cena retratada?

Se você percebeu alguns desses aspectos, fique sabendo você está entrando em contato com as características do  Impressionismo, escola de pintura que surgiu na França a partir de alguns artistas que acreditavam que a pintura deveria retratar, não exatamente o que os olhos captam mas, sim, o que a mente vê e concebe. Não buscavam mais representar a realidade com suas imagens definidas, mas interpretá-las.

Por volta de 1874, quando de uma exposição em Paris, com quadros de Renoir, Degas, Cézanne,  o quadro exposto por Monet chamado “Impressão, o sol levante”, o da foto acima que você observou, foi bastante criticado por retratar a impressão do artista e não a realidade. Daí pra frente, os artistas que utilizavam essa forma de pintar, passaram a ser chamados de impressionistas. 

Oscar-Claude Monet, um dos expoentes dessa escola, nasceu em Paris, em 14/11/1840, há 180 anos, e já antes dos 20 anos, começou a pintar ao ar livre, outra característica do impressionismo. Em suas obras usou e abusou da variação de luz, movimentos, reflexos, cores. Mais tarde, depois dos 40 anos, foi para Givernny, na região francesa da Normandia, estabeleceu-se às margens de um afluente do Senna, onde viveu até sua morte, produzindo ali o seu cenário. Como jardineiro que era, juntou nesse espaço uma variedade e quantidade de plantas e flores surpreendente, permeado de lagos, caminhos, pontes, misturando céu, água, matizes.  Colocou as mãos na terra, criou as próprias paisagens para, depois, com seus olhos de artista, usar essas mesmas mãos para retratar o que sua mente via em grandes quadros, fantásticas obras de arte. Os famosos Nynpheas e A Ponte Japonesa, são apenas duas delas.

Nynpheas 
A ponte japonesa

É impressionante que, quando se visita esse local, dá pra se sentir transportado pra dentro de um desses quadros. Uma visita a Givernny, onde estão a casa e o jardim de Monet, especialmente na primavera, quando os canteiros estão completamente floridos, árvores e folhagens brilham, a água reflete todos os tons, cores, luzes e sombras criam reflexos e nuances, é essencial pra entender a obra desse grande mestre que transformou a natureza em obra de arte da pintura, é quase ver ao vivo os quadros do mestre do impressionismo. E, sentir com o coração, o que a alma vê.

A casa de Monet – acervo da autora
O jardim de Monet – acervo da autora
As águas do jardim – acervo da autora

Os quadros de Monet estão em vários museus pelo mundo. Em Paris, três deles têm muitas dessas obras em seu acervo – o museu D’Orsay, o Orangerie e o Marmottan. No MASP de São Paulo existem outras duas.  

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