Voltamos a falar sobre saúde e, muitos dos problemas que surgem nos assombram de verdade. Quantos de nós foi a uma consulta médica de rotina e, após a aferição da pressão arterial, ouvimos a terrível frase: Sua pressão está alta, pode ser hipertensão.
A hipertensão é uma doença perigosa e silenciosa, começa devagar, não se faz ver, mas dá um show quando já está instalada. Na melhor das hipóteses, surgem alguns sintomas como dores de cabeça, zumbidos, falta de ar, tontura, vista embaçada, dores no peito – ou, no pior cenário, acontece o infarto ou um AVC (Acidente Vascular Cerebral – ou derrame cerebral).
Para ser considerada hipertensa, uma pessoa deve ter a pressão arterial acima de 14/9, por período prolongado, e é considerada grave quando está acima de 18/12. Por isso há a necessidade de se medir a pressão regularmente. Aliás, quando a pressão fica entre 12/8 e 14/9, já pode ser um indício de haver estragos no organismo e que a hipertensão está próxima. Por esses motivos todos é que se torna muito importante fazer o diagnóstico o mais cedo possível pois quando os sintomas aparecem, ela já pode estar instalada.
Com a pressão descontrolada há uma sobrecarga de trabalho para o coração, o que faz seu músculo sofrer. O bombeamento do sangue fica alterado e muitos outros órgãos vão sentindo o efeito disso – cérebro, olhos, artérias – debilitando seu funcionamento.
São vários os fatores que levam ao surgimento da hipertensão. O principal deles é genético, passado de geração para geração acometendo a maioria das pessoas. Mas os que escapam de uma herança genética têm que enfrentar outras causas, especialmente as advindas do estilo de vida adotado. O sedentarismo, a obesidade, a má alimentação, o uso excessivo de álcool, tabagismo, excesso de sal, estresse, sono irregular…..ufa!! tudo pode gerar a pressão alta.
A hipertensão não tem cura mas pode e deve ser tratada e controlada. Há pessoas que conseguem ajustar a pressão arterial mudando os hábitos de vida. Passam a se exercitar mais frequentemente, adequam a alimentação reduzindo ou eliminando os alimentos nocivos e incrementando os mais saudáveis, minimizam os efeitos do estresse. Entretanto, a maioria precisa de medicação para controlar a situação e, muitas vezes, o uso de um medicamento não é suficiente para controlar a pressão, sendo necessários ajustes constantes e novos remédios.
Muitos de nós não reconhecem, não associam ou não dão importância a pequenos sinais que o corpo dá de que algo não vai bem. É mais fácil acreditar que “não é nada” ou que “passa logo, nunca tive isso”, do que enfrentar a situação. Buscar orientação médica, fazer exames e estar atento ao que o corpo quer nos dizer é essencial para o diagnóstico precoce e a atenuação do problema.
O fato de que as orientações são sempre as mesmas – mude seu estilo de vida, movimente-se, abandone vícios, alimente-se saudavelmente – nos fazem pouco receptivos e muito refratários a elas. “Ah.. eu mereço aquele salaminho, aquela carne gordinha do churrasco, aquela batata frita, adoro comprar alimentos prontos (industrializados ou ultraprocessados) para descansar da cozinha.” Só que, é mais importante dizer que “ Eu mereço viver melhor, ter mais saúde, usar menos remédios.” Tudo depende de qual ângulo queremos enxergar.
O Brasil está com pressão alta.