Que frio!!! Num dia de inverno, quer em casa quer chegados da rua, o corpo pede um aconchego para aliviar o cansaço, revigorar as energias e espantar o frio. Usufruir do cheiro delicioso, ver a panela borbulhando e saborear uma sopa, muitas vezes é tudo o que queremos e precisamos nesse momento.
A sopa é um prato fácil de ser preparado, de baixo custo, muito nutritivo e energético. Existem referências de sua origem que remontam à pré-história, muito antes da descoberta do fogo. Dizem que ela surgiu em regiões vulcânicas onde se formavam poças de água quente onde eram colocadas carnes e vegetais mais duros. A palavra SOPA tem origem no Sânscrito onde sû=bem e pô=alimentar, portanto Bem Alimentar.
Ao longo dos séculos a sopa foi presença constante na alimentação dos povos. Na idade média o pão, que era duro e escuro, era colocado dentro de potes e, para amaciá-lo e facilitar sua ingestão, sobre ele era colocado um caldo. Por volta do século XVI a França e a Itália, no seu trabalho de aperfeiçoamento da culinária, passaram a melhorar esse prato para servi-lo aos nobres da época. Na Itália – a minestra ou zuppa – acrescentaram ao caldo ervas aromáticas e massa. Na França – a soupe ou potage – foram criadas as diversas técnicas de preparação: crème, bouillon, velouté, consommé.
É importante lembrar que caldo e sopas não querem dizer a mesma coisa. O caldo – ou o famoso brodo em italiano – é o líquido obtido a partir do cozimento de carnes, peixes, legumes e verduras, em bastante água. Essa água saborizada pode servir de tempero no cozimento de arroz e cereais, para a elaboração de molhos ou, se acrescido de carnes e carboidratos, se transformar numa sopa. Que confusão, não é?
Assim mesmo!! A sopa pode ser mais líquida ou mais densa. Além das sopas feitas com os caldos, onde se pode acrescentar qualquer tipo de ingrediente, existem as sopas mais densas quando todos os ingredientes são amassados ou batidos até se transformarem em um creme. As sopas permitem uma infinidade de combinações, seja com grãos, verduras, leguminosas, todo tipo de proteína – carnes, ovos, queijos, peixes ou o que estiver disponível. Diz a lenda que ‘até de pedra se faz sopa’.
Por conta de sua universalidade, a sopa aparece em todas as civilizações. No Brasil temos a Bambá de Couve, com farinha de milho, o Caldo de Feijão e o de Mocotó.
Em Portugal temos a Canja e o Caldo Verde. Da Espanha vem o Gazpacho, com tomate, pepino e pimenta, e da Rússia vem o Borsch feito com beterraba.
Na França é tradicional a Sopa de Cebola e a Bouillabaisse com peixes e frutos do mar, e na Itália o Minestrone. Na China tem um dos pratos mais caros do mundo a Sopa de Ninhos de Andorinhas, feita com ninhos comestíveis de aves do gênero Aerodramus, difíceis de serem encontrados. E o Japão faz o Missoshiro, com soja, hondashi e tofu. A lista não tem fim!
São várias as formas de servir uma sopa. Existem recipientes de todas as formas e materiais, pratos, potes, sopeiras, tigelas, xícaras. A colher é o talher para se tomar uma sopa, com exceção do Japão – a Missoshiro é servida em tigelas que devem ser levadas à boca para se beber o líquido, e os ingredientes sólidos são pegos com o hashi. E é também no Japão que fazer barulho ao sorver o caldo não é falta de educação, ao contrário, quer dizer que o prato está delicioso.
Quem resiste a uma sopa caseira, feita com ingredientes naturais, fresquinhos, impregnando o ambiente com um perfume estimulante e borbulhando na panela?