À medida que o tempo vai passando e nos damos conta que não podemos escapar do avanço da idade, frequentemente nosso pensamento vai para as preocupações com as doenças presentes e futuras que o envelhecimento traz. Os medos das doenças que chegam – são muitas já que a máquina vai se desgastando, as peças vão engripando e as dificuldades vão surgindo – muitas vezes nos fazem perder o sono. São preocupações de quem já passou da meia idade e também de seus familiares e amigos. Enquanto há independência, tanto na vida quotidiana como nas atividades em geral – cuidar de si mesmo, locomover-se, resolver problemas – há tranquilidade no caminho da vida. Entretanto, à medida que a autossuficiência vai diminuindo, os cuidados vão ficando cada vez mais necessários. 

Quem nunca….. se esqueceu de algo simples – onde colocou as chaves ou procurando os óculos que estão pendurados no pescoço? E, quando isso acontece, é um Deus nos acuda!! O velho alemão está chegando! (Ah..o Alzheimer).

As dificuldades com a memória podem surgir em qualquer período da vida. Fases de estresse, ansiedade, vida atribulada, noites mal dormidas levam a esquecimentos e são muito mais comuns do que se pensa. Entretanto, o mais importante é saber diferenciar o esquecimento normal das manifestações mais graves e frequentes. As falhas de memória mais perigosas ocorrem na demência senil, trazendo penosas alterações, já que interferem diretamente na rotina diária e na independência da pessoa e dos que convivem com ela. 

São várias as formas de demência senil e a mais comum, por isso a mais temida das patologias que afetam a memória, é o Mal de Alzheimer. É uma doença neurodegenerativa progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes, e a idade é a principal causa. Existem muitos estudos em andamento para identificar como o cérebro é afetado e já se sabe que duas proteínas – Beta-amilóide e Tau – vão se acumulando lentamente nos neurônios e suas conexões, dificultando a condução dos estímulos. Então, inicialmente, ocorrem os pequenos esquecimentos de fatos recentes, dificuldade em formar novas memórias e na resolução de problemas, falta de concentração. À medida que as tais proteínas vão se espalhando para outras partes do cérebro, os sintomas vão se intensificando e, entre 10 a 15 anos, pode chegar à fase mais avançada de dependência total. Normalmente, é a família ou as pessoas próximas que percebem que as falhas apresentadas não são normais. Mas, apenas com a avaliação neurológica e neuropsicológica, pode-se fazer um diagnóstico mais assertivo.

O aparecimento do Alzheimer pode ocorrer por herança genética, em pessoas com poucos estímulos mentais e em portadores de doenças crônicas, as tão tradicionais hipertensão, diabetes, sedentarismo, colesterol alto, tabagismo, todas relacionadas ao funcionamento do coração e circulação, que alteram a oxigenação cerebral. 

É preciso ter em mente que ainda não há cura para este mal. Existem medicamentos que aliviam alguns sintomas mas levam a vários efeitos colaterais desagradáveis. E sempre é possível, pelo menos, adiar os sintomas. Manter uma boa dose de vida saudável, quer na alimentação, quer nos exercícios físicos e mentais diversificados, quer na socialização. Manter o máximo possível de independência, ler, escrever, rir, se emocionar, ativar cognitivamente o cérebro, não se acomodar.

O Dr. Alois Alzheimer não poderia imaginar que, além de identificar um mal da idade e da memória, seria o grande garoto propaganda das palavras cruzadas e do sudoku. 

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