Se você respondeu sim…..Oh….Oh…. você é velho mesmo, independente de sua idade.
Entre os mais avançados na idade percebe-se uma alegação frequente de que se sentem excluídos, desrespeitados, até abandonados. Muitas vezes isso é uma verdade e, além desses sentimentos, ocorrem os abusos, a violência, os direitos negados. Passar para a condição de ‘velho’ transforma essa classe de pessoas em uma categoria de menor valia já que o estereótipo é que dão mais trabalho, exigem mais a presença de alguém e mais cuidados. Existem casos onde isso é real dependendo da condição física e de saúde apresentadas. Mas hoje vamos nos ater àquelas pessoas que têm, de alguma maneira, a saúde controlada. Como é você: idoso, velho, maduro, 3ª idade, melhor idade…?
Segundo alguns dicionários, rabuja – ou ser rabugento – é: não ter tolerância; viver implicando ou se queixando de tudo; que é irritado ou ranzinza.
Ao contrário do rabugento, tem o(a) velho(a) legal. Sabe aquela pessoa com mais idade que você conhece e diz ‘nem parece que tem essa idade, uma cabeça boa, divertida, atenciosa’?
A sabedoria, adquirida com a idade e a experiência, muitas vezes é usada como uma licença para fazer e dizer o que se tem vontade. Veja bem, não dá pra ser exatamente assim. Os outros, quer sejam parentes, amigos, vizinhos ou simples conhecidos, nem sempre têm a disposição de aceitar e entender que a idade permite tudo e nem se pode ‘soltar o verbo’ sem que haja reações. A maturidade pode permitir tudo mas cada um pode se cuidar para obter reações positivas.
Pra cuidar da rabugice, o principal é cada um se conhecer bem. Ir contra tudo e contra todos, criar encrencas, viver mal humorado, não aceitar outras opiniões e outras formas de viver a vida, podem afastar o contato social e, assim, ficar uma sensação de isolamento. E há também aquela carência extrema, a necessidade de exagerar nas manifestações de afeto exigindo a contrapartida. Lembrar sempre que a afetividade não se conquista com imposição.
Existem muitos maduros que conseguem um belo equilíbrio. Procuram manter-se independentes, não têm medo de ir em busca de novos conhecimentos, entender a tecnologia, errar sim, e buscar novos desafios. Esses mostram que aceitam e seguem alguns conselhos, não negam as doenças, são cuidadosos com a saúde e com os riscos do dia a dia, o que deixa filhos ou pessoas próximas mais tranquilas, embora não deixem que a vida lhes seja imposta como outros pensam que é melhor, conseguindo viver a própria vida. Não reclamam da falta de atenção mas dão atenção quando solicitados. Não cobram dos mais jovens comportamentos de outros tempos – tempos passados. Entendem, mesmo que não aceitem, que a modernidade trouxe tantas mudanças!! Boas e não tão boas!
O idoso jovem tem empatia, busca ocupação, lazer, e não vive a se repetir, a recontar sempre as mesmas histórias já vividas. O idoso jovem tem amigos e novas histórias a contar, insere nelas a sua sabedoria e as suas emoções. Ele se desafia, aprende com a modernidade, respeita os que estão a seu redor e cria o seu papel social como idoso.
Nada justifica abandonar a vida ou fazer dela um peso para si próprio e para os outros. Dá pra escolher entre ser ranzinza/rabugento ou levar uma vida mais leve com o que ela tem a oferecer e o que podemos melhorar nela.