Segundo Charles Darwin, em sua teoria da seleção natural, “os organismos mais bem adaptados ao meio têm maior chances de sobrevivência que os menos adaptados, deixando um número maior de descendentes”. (sobiologia.com.br).
As condições que a vida oferece muitas vezes limitam a ação do ser humano. Nesse momento, quando a vida nos apresenta essas situações, podemos enxergar nossas fragilidades, vulnerabilidades, onde o controle da situação nos falta. A maioria das pessoas tende a desistir de suas ações ou de buscar outras possibilidades, sem enxergar dentro de si mesmas as próprias potencialidades e criatividade, e não percebem que precisam parar de lamentar e ir para o enfrentamento.
Chegando nisso, vou contar minha experiência. Gosto de fazer crochê enquanto vejo TV. Em janeiro quebrei o punho, com imobilização do braço direito. Na recuperação, já fazendo fisioterapia, pensei que poderia voltar à prática do crochê, mesmo com dores. Na sequência, veio o confinamento devido à pandemia. Presa em casa, o crochê, um hobby, me ocupou por alguns dias.
Claro, muitos movimentos repetitivos, além da fratura mal curada no punho, começaram as dores, na mão, no cotovelo e no ombro, fortes, uma bela tendinite e inflamação do manguito. Busquei tratar com medicina oriental que me proibiu de fazer meu hobby. Confinada e sem poder mexer meu braço dominante.
Lamentar???? NÃO!!!!!! ADAPTAR.
Na internet encontra-se de tudo. Achei alguns vídeos que ensinam a fazer crochê com a mão esquerda. Foi difícil, fiquei atrapalhada, demorou alguns dias, quase desisti!
Lentamente, ajustando movimentos, fiz duas mantas.
Adaptada às limitações, venci o isolamento e a imobilização. Além disso, estimulei e ativei muitas conexões neurais, fazendo o cérebro buscar caminhos, encontrar soluções, não ficar descansando.
Pensando em Darwin, não mudei a espécie já que não deixarei descendentes. Mas minha vida ficou bem melhor e o meu cérebro agradecido.