Como muitos deliciosos pratos gourmet que agradam tanto o nosso paladar, a fondue tem origem camponesa. Embora a data de sua origem não seja exata – há quem diga que os moradores dos Alpes Suiços já faziam algo semelhante há alguns séculos – só que o que mais se conta é que ele teria sido parte da alimentação da população das regiões montanhosas da Suiça durante a Segunda Guerra Mundial. De uma certa forma, esses habitantes estavam isolados pelo frio e pelos combates que aconteciam em torno a eles, impedindo-os de chegarem às cidades para obterem alimentos. Este fato levou-os a usarem as sobras dos queijos que produziam, buscando fazer uma espécie de sopa. Os queijos eram misturados e colocados para derreter e, quando borbulhantes, pedaços de pão eram mergulhados ali – tinham então, uma refeição quente, nutritiva e saborosa – resultando em sobrevivência naqueles dias tão difíceis.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que virou um prato gourmet, símbolo da Suiça, e que diversificou-se ao longo do tempo. A fondue de queijo, isso mesmo, no feminino – que quer dizer o queijo derretido, fundido – tornou-se moda, especialmente em tempos e locais de clima frio. Feita com queijos nobres suíços – emmenthal, gruyère ou o vacherin fribourgeois são alguns dos típicos e mais indicados – misturados a vinho branco, kirsch (um tipo de destilado à base de cerejas), pimenta branca, noz moscada e alho, e levados ao fogo para derreter e incorporar os ingredientes, formam um creme denso, ideal para noites frias. Essa massa pastosa resultante é colocada em uma panela de cerâmica -a caquelon- que vai sobre um réchaud para manter o calor. Com garfos longos, espeta-se um pedaço de pão para ser mergulhado e envolvido pelo queijo fervente, e ser deliciosamente saboreado. Acompanhado de vinho branco, claro!

E, como tudo nesta vida, releituras podem e devem ser feitas. Nasceu daí a fondue – que não é fundida ou derretida – de carne. Na panela sobre o réchaud vai o óleo onde serão mergulhados com o garfo longo, pedaços de carne para serem cozidos e depois envolvidos em vários tipos de molhos – queijo, alho, mostarda, rosé – ou também com legumes branqueados ou grelhados. Acompanha um delicioso vinho tinto.

Os americanos, na década de 1950, criaram a fondue de chocolate. Pode ser com o branco, ao leite, meio amargo ou amargo, não importa. Depois de fazer uma ganache mais mole, que também vai para uma panela sobre um réchaud, dá pra envolver com o creme maravilhoso, todo tipo de fruta – morango, uva, maçã, abacaxi, banana – e também pedaços de bolos e doces. Um deleite! Um verdadeiro manjar dos deuses! Ah… um vinho do Porto para acompanhar.

Parece tudo muito chique, mas não é não. Quer dizer, dá pra fazer de uma forma mais sofisticada mas, os mais simples são deliciosos do mesmo jeito. Os queijos podem ser substituídos por outros mais baratos e os vinhos têm que agradar o paladar e não o bolso. Muito fácil de fazer. 

Chique mesmo é preparar a mesa com todos os detalhes, juntar amigos, família, um acompanhante ou até mesmo sozinho. O importante é degustar tudo com calma, saboreando cada momento, cada pedaço colocado na boca, cada gole de vinho. Numa noite fria, como estas de nosso inverno, não é preciso motivo pra aquecer o corpo, a mente, o coração e a alma, basta fazer uma fondue!

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