Em tempos difíceis de pandemia, insegurança do encaminhamento político, quando ouvimos em todos os meios de comunicação, a todo instante, tantas notícias de mortes, temos que ir buscar em outras esferas da vida, algo que nos traga a esperança de dias melhores. Com a chegada dos Jogos Olímpicos, podemos tentar desviar um tanto de nossa atenção para as muitas histórias de dedicação e esforço na corrida para a participação desses Jogos e, quem sabe, coroar o sonho com a conquista de uma medalha. 

A história das Olimpíadas vem da mitologia grega, quando Hércules, em 2.500 a.C., para homenagear seu pai, Zeus, começou com essas competições. Teria então, Hércules, de uma oliveira por ele plantada, emoldurado a coroa dada a quem triunfasse na competição, com as folhas dessa árvore. Mas os primeiros registros de vencedores datam de 776 a.C. quando surgiu o termo Olimpíadas. Refere-se a uma aliança selada no templo de Hera, localizado no santuário de Olímpia – numa homenagem ao Deus grego Olimpus – daí o nome Olimpíadas. Com o acordo firmado foi estabelecida uma trégua “considerada sagrada em toda a Grécia, no período em que os jogos fossem disputados. Esse acerto era levado tão a sério que, durante a Guerra do Peloponeso (conflito armado entre Atenas e Esparta, travado entre 431 e 404 a.C.), rivais deixavam as rusgas de lado para competir nos Jogos.” (rededoesporte.gov.br)

Os gregos mantiveram a prática dos Jogos Olímpicos a cada quatro anos até ser interrompida devido à invasão dos romanos na Grécia, após 293 edições. Os ideais gregos só foram retomados em 1896, com o projeto do Barão de Coubertain, quando deram início aos Jogos Olímpicos da Era Moderna, mantendo-se até os dias de hoje.

As Olimpíadas têm uma representação simbólica forte e profunda – a união das diferentes nações do mundo, buscando a paz. Esses Jogos nasceram com inequívocas intenções de união dos povos do mundo, querendo fazer ver que a disputa franca, aberta, bem combatida, com espírito elevado, deveriam servir como parâmetro para qualquer situação da vida. O tão enaltecido espírito olímpico deve brindar e estimular o desafio a limites, a disputa limpa, o comportamento íntegro, ético e de respeito, nunca esquecendo o “que vença o melhor” e que “o importante não é vencer, é competir…com dignidade”.

E esse espírito olímpico deveria prevalecer em todos as esferas da vida, pública e privada. O grande exemplo do esporte deveria ser o lema da vida. Mas, pelo menos até o fim desta atrasada Olimpíadas 2020, teremos a oportunidade de acompanhar esses ideais através de todos os desportistas que lá estarão. O desfile de atletas, abrindo os Jogos, ver cada um que sobe ao pódio para receber a coroa de vitorioso ou todos os outros que, em sua ‘derrota’ aceitam os que foram melhores e se propõem novos desafios, são momentos emocionantes de verdadeiros ideais de vida. Mais rápido, mais alto, mais forte.

O fio de esperança persiste. Ou, será que o ser humano tem condições ou vontade de transferir o espírito olímpico para a sua vida cotidiana? Ou a difícil caminhada para uma medalha fica no sonho de quem cobra mas não faz?

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