Está aí mais um feriado. É aquele momento – tão esperado! – em que se pode quebrar a rotina, deixar algumas das responsabilidades de lado e buscar descanso e lazer.  Nesse usufruir de um dia livre, na maioria das vezes, mal se pensa no que motivou esse feriado. Comemorar dias santos e momentos cívicos não é exatamente o que a maioria pretende. E o que pensar sobre o celebrar a morte?

É isso mesmo. No Dia de Finados ou Dia dos Mortos, é a morte o foco principal. Quando se olha para trás, mas bem para trás mesmo, na história do mundo, dá pra entender. Desde sempre o homem cultua seus mortos. As crenças, os deuses, as religiões, as culturas, foram moldando diferentes ritos para homenagear os que se vão desta vida terrena.  Como ninguém sabe exatamente o que acontece depois da morte, foram sendo construídos significados tentando manter uma ligação viável com esse possível mundo pós-morte. Desde grandes monumentos a simples placas, de ritos religiosos a pequenas lembranças como o oferecimento de velas, flores e alimentos, a festas alegres.

O único e mais certo acontecimento da vida é que a morte chegará. Só não dá pra saber como e quando. Para os que se vão, não se sabe, mas para os que ficam, resta esse sentimento de perda, de abandono, de distanciamento infinito. O dia de homenagear os mortos não deixa de ser um resgate, aquele momento dedicado a não permitir o esquecimento, não retirar do coração as grandes e boas lembranças, de enviar orações e pedidos de proteção.

O dia 02 de novembro é basicamente de origem cristã e acabou por ser difundido em todo o mundo. Praticamente todas as religiões e culturas acreditam que a morte é uma passagem para o mundo espiritual, onde a alma é imortal e eterna, estando junto de Deus.  Em algumas dessas crenças a morte não existe, ela faz parte da vida, é só um momento de transição, um acontecimento natural.

Manifestar saudade, carinho e respeito aos desencarnados, não precisa ser feito necessariamente no cemitério. O espírito e a alma não estão mais lá. Mas, para a maioria, lá é o ponto de encontro.  A forma e o local para manifestar as homenagens, quer seja por uma oração, uma oferenda, um ritual, é individual e o que realmente importa é que seja plena de sentimento.

Pode parecer um paradoxo mas, no México, há uma grande festa nesse dia. Desde os maias e astecas, o crânio era conservado como uma forma de prêmio para ser exibido em cultos que celebravam o renascimento e a morte.  Ainda hoje há uma animada festa de comemoração aos mortos que, em 02/11, vêm visitar os parentes. Música, decoração alegre com mesa farta – bolos doces -, caveirinhas de açúcar, oferendas, altares, caveiras coloridas – o símbolo da festa -, tudo preparado para receber os falecidos.

Neste próximo feriado vamos homenagear todos os que passaram por aqui e se foram. Independente de cultura ou religião, o dia dos Mortos é respeitado por toda a sociedade, é uma forma de estar com eles.  Não deixa de ser um momento para refletir a própria vida.  A quem fica cabe a importante tarefa de entender que cada um é um grão de areia que ajudou a criar este mundo que está aí para ser usufruído.

Recordar, agradecer e reverenciar as pessoas amadas que se foram, quer seja enviando uma mensagem de paz ou pedindo apoio, ajuda e força para seguir adiante. 

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