Pandemia, pandemia!
Louca pandemia!
Que nos deixa ainda mais adoidados!
Não bastava a confusão do mundo? Uma sociedade meio destruída pela corrupção, pelo apego ao poder, pela extrema necessidade de sempre ter mais. Uma política que favorece a quem pode, a quem se vende. Uma população amedrontada pela criminalidade, surpreendida a cada dia com uma nova maneira de roubar, matar, enganar, ludibriar, usurpar. E guerras? Por ideologias, por religião – que nenhum Deus aprovaria – , por posse, por egocentrismo e vaidades.
Que ser humano vemos hoje? Aquele que se diz o mais evoluído entre os seres vivos? O que se julga mais conhecedor? O que apela e ora ao Deus em quem acredita e pensa em causa própria? Esse mesmo ser humano que diz lindas e verdadeiras palavras de encorajamento e solidariedade, mas que age de acordo com as próprias vontades e necessidades?
Ah! Essa pandemia que me tem em reclusão, isolamento! Põe meus neurônios em funcionamento, me faz pensar no que resisto em entender. Veremos mudanças na forma de ESTAR no mundo usando mais e melhor as tecnologias disponíveis, trabalhando mais racionalmente, pondo em prática que não é preciso muito para viver bem e ser feliz. Mas poucas serão as mudanças na forma de SER no mundo. Pouco a pouco praticamente tudo voltará aos estágios anteriores. Cada um por si. Tudo se assentará e manterá as mesmas raízes, as mesmas folhas, as mesmas flores.. Tempos de pouca esperança e pouca crença na humanidade.
Aquele ser humano que cultiva a cooperação, a solidariedade, a valorização do outro, a caridade, a honestidade, a integridade, ainda existe. Mesmo pouco estimulado, ele ainda sobrevive e precisa ser valorizado.
Ah! Esta pandemia!
Que se imunizem os bons! Que sobrevivam os que não usam esta situação de risco em benefício próprio. Que possam se reencontrar, se abraçar, sem máscaras (reais ou fictícias) aqueles que verdadeiramente cultivam o afeto pela humanidade.
