Por Dyego Cerqueira

Yôga? Yóga? Ioga? Hoje em dia a yoga não é mais novidade para a maioria das pessoas e surge muitas vezes a frequente dúvida da pronúncia da palavra “yoga”. A imagem de homens seminus com suas longas barbas em posição de meditação, muitas vezes sob camas de pregos, aos poucos foi sendo substituída por uma nova percepção da yoga:  pessoas jovens, com corpos atléticos vestindo as melhores marcas fitness, fotografadas em posições que fariam qualquer ginasta sentir uma pontinha de inveja. 

Será que, enfim, agora sabemos o que é Yoga? Arrisco dizer que não. Muitas vezes nós mesmos, praticantes, não conseguimos capturar corretamente a essência desta prática transformadora que é a yoga. 

Nós, genericamente ocidentais, partilhamos de uma cultura extremamente competitiva, pautada na busca pelo sucesso em tudo que fazemos. Desse modo, há uma tendência grande em valorizarmos mais aquilo que se apresenta como algo complexo e difícil. Tendemos a ver uma relação entre complexidade e melhores resultados e, em se tratando de yoga essa premissa não é válida. 

Na yoga, a beleza e a eficiência estão justamente na simplicidade do movimento e na posição de sua mente. Como costumo dizer em aula, é menos O QUE se faz e mais o COMO se faz.  Portanto, enterre aqui a sua visão de que é preciso ser feito de borracha para praticar yoga. 

Mas então, o que é yoga?

Podemos, forçadamente, resumir a prática de yoga como a busca pelo equilíbrio integral do ser. E isso é bastante coisa. Na verdade, isso é muito mais do que a busca para sair da depressão, se livrar da ansiedade ou mesmo alcançar um corpo mais saudável. Esses são os objetivos mais comuns nas pessoas que procuram a yoga hoje em dia. São objetivos muito válidos e eu garanto que se você se dedicar a yoga poderá ajudar. 

Entretanto podemos ir um pouco além. Como digo às vezes, buscar a yoga apenas para melhorar o seu alongamento é como “comprar uma Ferrari apenas para ir comprar pão na padaria da esquina”.

“Com licença senhor, quer ouvir a palavra de Patanjali?”

Tudo que fazemos em uma aula de yoga tem um único objetivo: Estabilizar a mente. No tratado fundamental que primeiro sistematizou a Yoga, chamado Yoga-Sutras e escrito provavelmente entre o séc II a.d. e o II d.c., seu autor, Patanjali,  define a yoga como citta-vritti-niroda. Em bom português seria algo como “yoga é a cessação das oscilações da mente”. Para ele, toda infelicidade e insatisfação que desaba sobre nós é consequência de uma mente instável e oscilante. 

Agora pense: se na Índia de dois mil anos atrás isso já era um problema, imagine para nós brasileiros vivendo em meio a uma pandemia no complexo século XXI!? Eu diria que as nossas chances são mínimas. 

Para ficar mais claro, a yoga é basicamente um treinamento da mente, embora muitas pessoas a confundam com um tipo de ginástica geriátrica. Mas então você deve estar pensando que: se yoga é algo que fazemos para a cuca, para que serve todas aquelas posturas com nome de bichinhos que vemos nas revistas?  Sim, para treinar a mente também. 

PS: Sobre a dúvida no início do texto, existem na Índia 22 idiomas oficiais e mais de 400 dialetos diferentes, portanto, fale YOGA da forma que lhe agradar mais. Já temos muitos problemas e que esse não seja mais um na sua vida.

Ficou curioso(a)? Então, na próxima semana, vamos falar sobre “O que é a Yoga – A Prática”.

Diego Cerqueira é fundador do Espaço Bhavana, praticante de yoga há doze anos e professor há seis anos,

Espaço Bhavana – www.espacobhavana.com.br / Instagram: @espacobhavana / Whatsapp: 11 9 9190 1980 – Por conta da pandemia e restrições da fase emergencial em São Paulo, as aulas estão acontecendo 100% online via BhavanaOnline – experimente.

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