Nos últimos dias a NASA – agência espacial americana – divulgou vídeos do Ingenuity, em Marte, levado até lá pelo Perseverance, um rover ou veículo de exploração espacial. O Ingenuity é um tipo de helicóptero ou algo semelhante a um drone, criado para circular nos ares de Marte e com a missão de provar a possibilidade de voar nesse planeta, mesmo com uma atmosfera muito mais fina do que a da terra, além de colher dados sobre o planeta vermelho, explorar alvos de interesse e conhecimentos para futuras ações. Neste começo de atividades, o Ingenuity conseguiu subir 5 metros de altura, inclinar-se a 5 graus e se mover 2 metros lateralmente. Fará ainda outros experimentos de decolagens e voos no decorrer dos próximos dias.
Mas…o que isso tem a ver com o povo aqui da Terra? Muitas vezes nos perguntamos o que os milhões e milhões investidos na exploração espacial têm a ver com os terráqueos, simples mortais que aqui habitamos. Será pelo encontro da alma gêmea ou para um novo estilo de vida?
Voltemos um pouco no tempo. A briga pelo domínio do mundo é histórica. Líderes buscam hegemonia em qualquer – ou de preferência em todos – os setores. Na área do desenvolvimento científico não poderia deixar de ser diferente. A Guerra Fria, iniciada nos anos 50, entre Estados Unidos e União Soviética gerou uma tal de Corrida Espacial. As duas nações queriam sair à frente nessa disputa e dela surgiriam muitas consequências. O objetivo não era apenas dominar o espaço mas também seu uso para construir e controlar novas fronteiras do progresso, usando os novos conhecimentos em ações militares de defesa e ataque, monitorando inimigos via satélite.
Desde os Sputniks, Luniks e Soyus soviéticos e os Explores e Apollos americanos, desde Gagarin que declarou que “A Terra é azul” até Armstrong, o homem que pisou pela primeira vez em solo lunar, muitos e muitos dólares e rublos foram gastos. Um investimento altíssimo. A Corrida Espacial teve um fim em 1975 mas a Exploração Espacial não. Muitos países continuam a investir em tecnologia para sair por aí, explorando planetas e galáxias.
Para entender que vale a pena investir nisso, temos que saber que a exploração espacial envolve muito estudo, muito conhecimento para ser desenvolvido, testado, dominado e, por fim, usado, gerando e aperfeiçoando tecnologias de ponta. E, é exatamente esse percurso entre ‘necessitar’ formas de sair da Terra e ter sucesso nas viagens espaciais, sejam elas tripuladas ou não, que surgiram as grandes benesses que usufruímos hoje.
A existência de satélites artificiais que orbitam em torno na Terra, tem funções preciosas. São mantidos no espaço com energia solar, possuem antenas para receber e emitir dados, prática essa usada também por aqui. Uma das grandes funções de satélites está na esfera das comunicações. De lá são feitas as transmissões, à longa distância, de rádio, TV, ligações telefônicas, internet e o GPS – quem não conhece ou usa? E essa cobertura é global. Também pela sua capacidade de apreensão de dados, os satélites conseguem monitorar desastres ambientais e naturais, além de maior credibilidade na meteorologia.
As câmeras de celulares e de segurança, os sensores de proximidade e de fumaça, foram desenvolvidos a partir de necessidades de foguetes, sondas e naves espaciais. A tecnologia gerada trouxe infinitos benefícios, vejamos alguns. Termômetros em cápsulas, a serem ingeridos para monitoração contínua de temperatura para atletas e pacientes que têm essa necessidade. Termômetro infra vermelho – conhecemos muito agora, não é? A criação de equipamentos mais leves e práticos como cobertores prateados térmicos, o maiô mais rápido do mundo, a robótica que controla remotamente, wire less para ferramentas, lentes plásticas de óculos – mais resistentes e que sofrem menos arranhões. Criaram a comida liofilizada, purificadores de água para a reutilização de gotas de água da respiração, do suor e da urina.
As novas tecnologias e o uso do conhecimento gerado nas explorações espaciais estão aí para que sejam usadas, abusadas e desfrutadas, de forma consciente e em prol do bem da humanidade.
Esperamos pelas viagens espaciais, planos de turismo pelos planetas e mais tantas e tantas novidades.
O que será que o Ingenuity poderá nos trazer de Marte além de um ET marciano?
É muita tecnologia e nem nos damos conta e fico pensando, com tanta evolução, tantas coisas “inventadas”, criadas, estudadas para melhorar nosso dia dia, tanta inteligência a serviço de todos, mas não ao alcance de todos e ainda não conseguimos zerar a fome e o analfabetismo, bem aqui, pertinho de nós….
Tem toda razão, Vera.
Muito bom!
Que texto lindo! Otimista e não político. Parabéns!
Obrigada, Salmon. Sempre presente aqui. Uma honra.