Nunca me imaginei escrevendo para um blog. Aliás, nunca me imaginei escrevendo qualquer coisa que não fossem os famigerados relatórios de evolução de pacientes para os convênios, durante a minha vida profissional. Mas foi através desses relatórios que treinei a minha escrita. Ela não é perfeita hoje, no entanto consigo fazer frases e parágrafos concatenados, com boa ortografia e pontuação, e um vocabulário mediano. Talvez, por ter feito muitos relatórios técnicos, só consegui me encontrar numa escrita mais simples, sem complicadas reflexões ou cultas demonstrações de conhecimento e inteligência, mas com uma característica mais pessoal, mais afetiva. E agrada a alguns.
Aprender, desenvolver e treinar esta nova escrita começou há mais ou menos quatro anos, quando sentimentos, sensações e memórias antigas foram despertadas ao reencontrar, após 44 anos, a turma do colégio. A idade traz a experiência do passado que, não necessariamente, é válida para o presente e o futuro, mas que pode ser usada com sabedoria para amenizar temores, dissolver ressentimentos, aceitar erros – e corrigi-los -, aceitar errar de novo, saborear os acertos, mesmo que ninguém os veja. E foi exatamente a despreocupação com os resultados, que me lançaram nesta nova aventura de produzir textos – e também incentivar outros a produzi-los – e, o ato mais corajoso, publicá-los em redes sociais, a audácia de expô-los para amigos, parentes, conhecidos e….muitos
desconhecidos, sem pensar ou questionar ou sem me importar quais reações poderiam provocar.
O que posso dizer é que é uma adrenalina constante. Escolher um tema, pesquisar, buscar uma nova maneira de escrever sobre ele, encontrar as ilustrações certas, errar, apagar, refazer e, quando pronto, descobrir que não era isso!!! E não dá mais tempo de mudar, tem que ir assim mesmo!!! Pronto! Pulei no abismo!! E chega o dia da publicação. A ansiedade está a mil. Como vão reagir? Será comentado? Vão perceber que não era o que eu queria?
E tem também o texto que sai em pouco tempo. Fica perfeito diante de meus olhos. Não devo mudar nada. E chega o dia da publicação. A inquietação está presente. Como vão reagir? Vão entender, como eu, que o texto está perfeito?
Algumas vezes, o texto é de outra pessoa. Responsabilidade duplicada. E as mesmas reações, de angústia, ansiedade, coração aos pulos, se apresentam sem dó nem piedade pois quero provocar, nessa outra pessoa, estes mesmos sentimentos e emoções. E vem o dia da publicação, eu e o autor do texto ficamos na expectativa, juntos!
A agitação permanece por todo o dia em que o texto vai para o blog e para as redes sociais. Ver as curtidas, as visualizações, os comentários. Um dia efervescente, alvoroçado, inquieto. Algumas decepções, reações de neutralidade, às vezes uma certa tristeza e desânimo, e!! alegrias sem fim, muito entusiasmo, e, porque não?, um pouquinho de vaidade, e um tantão de orgulho. O medo inicial se transforma em resultados, em vontade de prosseguir, de sentir as mesmas emoções, o mesmo alvoroço, querendo correr os mesmos riscos outra vez…e outra vez…e outra vez…
O estilo da escrita é pessoal e é bom que seja assim, confere uma espécie de impressão digital ao texto. Gosto muito de seu estilo direto e sincero. A leitura flui de forma agradável e marcante.
Na nossa trajetória semelhante, passamos dos textos dos relatórios dos pacientes para os textos da vida. Troca vital!!
Odila, você escreve muito bem. Gosto muito de ler seus textos. Agradáveis, fluem nas idéias e nas palavras.
Além da agitação constante ao tratar de assuntos semanalmente diversificados, imagino a outra adrenalina do calendário e do relógio, implacável, a lhe cobrar prazos…
E você tem razão ao manifestar ansiedade na espera do que o leitor dirá – é ele a peça principal neste tabuleiro.
Bem diferente do ato de escrever relatórios, não??!!…
Acho que você descobriu o talento também para esta sua nova profissão.
Diferente de você, os meus textos são vivenciados. Seu dom é ainda mais bonito, a imaginação tem que correr solta, a criatividade tem que ser insta.
De uma certa maneira, eu já escrevia o que vivia nos relatórios técnicos. Agora, mudei de ramo….kkkkk.
Parabéns a você pela imaginação, criatividade e poesia!
O estilo da escrita é pessoal e é bom que seja assim, confere uma espécie de impressão digital ao texto. Gosto muito de seu estilo direto e sincero. A leitura flui de forma agradável e marcante.
Na nossa trajetória semelhante, passamos dos textos dos relatórios dos pacientes para os textos da vida. Troca vital!!
Verdade. Independente do estilo, é sempre muito bom ler, e que isso possa nos atingir de alguma forma.