Nas grandes e médias cidades grandes, os gastos de deslocamento consomem uma razoável fatia do orçamento doméstico. Parece óbvio que a opção mais econômica é o uso do transporte público. Ainda que o transporte público não tenha, na maioria das cidades, padrões de excelência desejáveis, ele continua sendo uma opção a ser considerada, a partir da análise custo x benefício. Ao lado disso, a ampla oferta de aplicativos de serviços de transporte, assim como a locação temporária, proporciona viagens mais rápidas, seguras e econômicas que em tempos passados. A Lei Seca só veio potencializar esse movimento de abandono do automóvel nas garagens ou nas lojas.

Há algum tempo já se nota, entre as gerações mais novas, a tendência de abrir mão do carro próprio, o que significa uma grande economia ao final de cada ano. Mas, essa opção pode não ser aplicável a todos. Por questões de distância, do tipo de atividade ou de gosto pessoal, por vezes, se faz indispensável ter o próprio automóvel. Nesse caso, o que fazer para economizar dinheiro com o carro? Comece avaliando quais os custos envolvidos na aquisição, manutenção e uso de um veículo. Muita gente compra um carro sem ter uma boa noção de quanto custa mantê-lo.

No primeiro passo, a aquisição, lembre-se que se você não tiver condições de comprar seu carro à vista, terá que se endividar para comprá-lo. Então, atenção para as condições de pagamento e os juros envolvidos. É necessário muita pesquisa e autoconhecimento de sua disponibilidade financeira e necessidades. Talvez seja melhor um leasing (aluguel anual com opção de compra) que um financiamento, por exemplo. 

A primeira grande despesa, após a aquisição, é o indispensável seguro do veículo, que custa, em média entre 4% e 5% do valor de seu valor. Existem grandes variações de preço entre as principais seguradoras do mercado, seja em função da marca, modelo do carro, idade e local de domicílio do proprietário. De novo, a pesquisa do mercado é fundamental para encontrar a opção que ofereça a melhor relação entre o preço e os riscos da cobertura. Considere, também, o custo com a manutenção mecânica (revisões obrigatórias, troca de óleo, reparos e pneus) e o gastos com combustível, pedágio, multas e estacionamento.

Há, ainda, um custo que passa despercebido pela maioria dos proprietários, embora seja o que mais lhe pese no bolso. É a depreciação, ou seja, a perda de valor de mercado do veículo com o passar do tempo. Vale para carros novos e usados, sendo que carros novos chegam a perder de quinze a vinte por cento de seu valor no primeiro ano. Essa perda continuará acontecendo ao longo dos anos, ainda que em percentual menor e, na maioria das vezes, só é notada no momento da compra de um modelo mais atual. 

Fique atento: carro não é investimento, mas custo. Ao escolher qual carro comprar, coloque o foco nas suas necessidades, ao invés de seus desejos. Comprar um carro pensando em beleza ou status é prazeroso, mas não é inteligente. Você deve escolher um carro que seja compatível com a sua realidade. Por exemplo, se pretende utilizar o carro para deslocamentos diários, o ideal é escolher um modelo mais econômico, pois o gasto com combustível costuma pesar bastante no orçamento. Para quem gosta de viajar de carro, conforto é fundamental, assim como um porta-malas espaçoso. Por outro lado, se você apenas circula por áreas urbanas congestionadas e com poucas opções de estacionamento, um carro pequeno pode ser mais apropriado.  Segurança, em qualquer caso, deve ser uma das prioridades.

Felizmente, o que não falta no mercado brasileiro são opções para todos os gostos, necessidades e possibilidades. Mas, antes de tudo, faça a si mesmo a pergunta essencial: eu preciso de um automóvel? 

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