Enviado por- Autor:  Anne Brandt

Sobre o autor: Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo, Mestrado em Física Quântica pela própria USP e atualmente fazendo Doutorado emProfessor efetivo da Prefeitura e Estado de São Paulo e dos colégios Dottori e Objetivo, aposentado. Licenciatura plena nas áreas de Estudos Sociais, História e Geografia.

QUANDO A VILA NAIR ERA O QUINTAL DA MINHA CASA 

Alguns dias atrás procurando fotos antigas comecei a lembrar dos meus tempos de meninice.

Momentos esses… tão valiosos. Tempo em que ser feliz era só o que importava.

Lembrei-me com ternura, dos pés cortados por pisar descalço em cacos de vidros, das surpresas, descobertas, brigas e sorrisos. Das brincadeiras com a criançada da vizinhança e do quanto nunca ficávamos cansados de correr para lá e para cá.

Lembrei-me do Grupo escolar Carlos Gomes, que ficava perto; das goiabas roubadas no quintal do Tata, do pique-esconde, balança caixão, do bate lata, de jogar bola com os amigos. 

Gó, Nenga, Isaias, Valtinho, Tata, Valdete, Pinho, Gilmar, Lilico, Valtinho Crente, Edson Almeida e muitos outros. Lembrei-me também das coisas que inventávamos, como represas de barro, nas valetas após as chuvas, das espingardinhas de pólvora, do Edson Japonês e seu primo Godoy, das brigas inocentes, que logo passavam e a diversão tomava conta outra vez.

Pensei naqueles dias floridos, entre uma aventura e outra, fazendo estrepolias, para chamar a atenção das meninas, como a Elisa, Cidinha, Nilza, Vera, Teresinha, Lúcia, Cecília, Penha, Nanci e outras tantas.

Recordei, com muita saudade, de abrir buracos no chão, das bolinhas de gude, dos piões, da raqueta, das fogueiras e dos balões, pescar e caçar rãs na lagoa dos patos e das cabras do S. Laurindo, de nadar na prainha, no fundo da chácara da dona Maria Lopes e até dos terços, rezados nas casas, com a presença da Santa e direito a bolo e café após a novena.

Claro, agradeço, a infância que tive, aos meus pais e outras famílias da vila, por terem me proporcionado a liberdade de ser criança, desbravar novos caminhos e tudo mais que uma pessoa pode querer; dos momentos incríveis, dos quais sinto falta e que sempre me aquecem o peito a cada recordação. Ser criança é a melhor coisa que existe. Queria me estender um pouquinho mais, pois há muita coisa para se contar desta vila que tanto aprendi a gostar. Termino parodiando a canção de Ataulfo Alves: ” Eu daria tudo que tivesse pra voltar aos tempos de criança, eu não sei pra que que a gente cresce se não sai da cabeça essas lembranças”.

PS: Vila Nair localiza-se na região leste de São Paulo, em São Miguel Paulista.

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