Sobre a autora: Nilza Fernandes é paulistana, administradora de empresas, profissional da área de Gerenciamento de Contratos com alguns (não conta quantos) anos de experiência em empresa de grande porte. Viajante inveterada, amante da Natureza e louca por uma praia. Pretende, neste ano, trocar essa loucura por outra. Mas, por enquanto, é segredo.

Decorrido quase um ano em que estou trabalhando remotamente, já posso arriscar-me a fazer uma avaliação das mudanças e dos impactos, que um período tão distinto de tudo que vivemos até hoje, trouxe à minha vida pessoal e profissional. Compartilho essas impressões com vocês com a intenção de contribuir para o debate, que já começou e deverá estender-se nos próximos anos sobre o local de trabalho, a saber, suas implicações sobre a qualidade de vida e a produtividade dos trabalhadores em todas as áreas.

Começo avaliando os aspectos positivos na qualidade de vida, que observei neste período. Passei a dormir mais e melhor, provavelmente pela diminuição do stress do trânsito na locomoção diária até a empresa. Estar ao lado da minha família e poder assisti-la em tempo real, administrando as tarefas domésticas mais de perto, decerto, também, contribuíram muito na sensação de bem estar que tenho percebido.

Quando tudo começou, a preocupação era de que seria impossível desenvolver o trabalho profissional em meio ao ambiente doméstico e as demandas que ele nos impõe. Cheguei a acreditar que não conseguiria,  mas o tempo encarregou-se de me mostrar o contrário. Nos primeiros meses confesso que foi complicado,  mas aos poucos fui me adaptando e hoje consigo conciliar estas tarefas sem que uma interfira na outra. Estou me sentindo a Mulher Maravilha ….rsrs.

Não tenho dúvidas, também, que minha produtividade aumentou,  porque trabalhando remotamente consigo evitar parte das interrupções derivadas de abordagens presenciais sem prévio aviso, conversas em paralelo no departamento e nos corredores, telefones tocando, etc. Pior ainda, quando essas interrupções ocorrem durante a execução de tarefas que exigem maior concentração, o que acaba nos tirando o foco e, por consequência, interferindo no nosso rendimento. Percebi, com alegria,  que o comprometimento e a dedicação ficaram ainda mais aguçados, talvez pelo fato de estarmos vivenciando o “novo”, o que gera maior expectativa em relação aos resultados, que agora dependem muito mais unicamente de nós mesmos, os profissionais. Penso que o receio de não atingir os objetivos nos leva a um esforço maior e a permanente atenção para que nada interfira na execução dessas tarefas.E o futuro? Onde desempenhamos nossas tarefas? Em minha opinião, a solução ideal virá de análise e decisão, conjunta e  consensual, da empresa e do colaborador.  Penso, também, que não há como prescindir de um mínimo de trabalho presencial, sem o que ficariam prejudicados o trabalho coletivo, a coesão e coordenação das equipes e a saudável e necessária convivência entre colegas de trabalho, alguns amigos mesmo. A solução deverá levar em conta, fundamentalmente, os interesses das partes. Do lado do empregador: produtividade e resultados. Do lado do empregado: satisfação pessoal, perspectiva profissional e qualidade de vida. É o que penso.

A young woman working from home due to covid-19.

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