“Esta é minha simples religião. Não há necessidade de templos; Não há necessidade de filosofia complicada. Nosso próprio cérebro, nosso próprio coração, é nosso templo; A filosofia é a bondade”.  Dalai Lama

Não sou budista, mas é assim que penso. Nasci em um lar cristão. Meu pai católico e minha mãe protestante presbiteriana. Fui batizada, crismada, não fiz primeira comunhão, mas frequentei a Igreja Metodista por algum tempo e, apesar de não conhecer totalmente a Bíblia, na minha casa sempre se falou de Deus, das passagens bíblicas, das histórias e dos ensinamentos. Isso a gente não esquece.

Na adolescência, por mim mesma, decidi que não iria mais à igreja, não me vejo com compromisso todos os sábados ou domingos, e é assim que funciona uma igreja, as pessoas assumem funções e se veem obrigadas a comparecer em todas as reuniões.

As religiões, na minha sincera opinião, fazem de tudo para nos prender, nos comprometer, tudo bem, são regras delas, mas não as minhas.

Porém, isso não significa que nunca vou à igreja, deixo claro que adoro entrar em um templo, adoro sentir a paz da igreja, um órgão tocando, assim como adoro a paz de um lugar onde posso observar a natureza, o céu, o mar, as plantas, os animais, e sentir a presença de Deus, sim porque ele está em todos os lugares.

De alguma forma, sempre acredito que Deus fala conosco, seja através de algum acontecimento real que nos leva a raciocinar, ou através das nossas intuições.

 

Nesses últimos tempos, com tantas notícias tristes, passamos a ouvir em todos os lugares o nome de Deus, e eu, particularmente, acho que as pessoas, muitas vezes, usam o seu nome indevidamente.

Ao invés de só pedir, acredito que temos que fazer a nossa parte. Acho que temos que agir, não devemos ficar somente esperando que Deus nos ouça e atenda nossas orações.

A responsabilidade que as pessoas colocam nas mãos de Deus, sobre a felicidade, sobre sucesso, saúde, alegrias ou tristezas, não nos livra da responsabilidade que devemos ter nós mesmos com o maior presente que recebemos, que é a nossa existência. 

É muito simples ir à igreja, pedir, fazer promessas, penitências, mas acredito que o que devemos mesmo é agir, botar a “mão na massa”, tomar as decisões, que é o que Deus espera de nós, afinal ele nos deu a vida e um mundo inteiro de oportunidades.

Tenho minhas cismas com quem só anda com a Bíblia embaixo do braço, criticando quem não tem religião, quem não vai à igreja, criticando outras crenças que não sejam as suas, sem dar um exemplo verdadeiro da sua religiosidade.

“As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”, disse um dia Madre Tereza de Calcutá. Ela era sábia, um exemplo a ser seguido.

A bondade é a prova maior de Deus na nossa vida. A capacidade de cada um em se doar, em amar, em sentir a dor do outro. A capacidade de ajudar, de sentir compaixão é mais importante neste momento, o mundo está precisando disso.

E mais uma vez me vem à lembrança as palavras do Dalai Lama “O amor e a compaixão são necessidades, não luxos. Sem eles a humanidade não pode sobreviver”.

Então, que não entreguemos tudo nas mãos de Deus, mas que as nossas ações nos levem até ele, nos tragam a paz, o conforto que tanto precisamos.

Que tenhamos coragem de agir, de fazer a coisa certa, que olhemos para o próximo com humanidade, compaixão e respeito. Essa é a minha religião.

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Edna Silvs
Edna Silvs
2 anos atrás

Religiosidade não é somente ir a igreja mas ir a igreja esculturava Deus com outras pessoas e ter comunhão com Deus e com as pessoa, e vivenciar a fe, a cruz tem uma linha vertical que lembra a ligação com Deus, criador do universo, e a cruz tem a linha horizontal que nos mostra onde vivenciar a fe, com o próximo. As pessoas ajudam se umas as outras na expressão da sua fe.

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