Vamos voltar a falar de investimentos. Já tratamos aqui algumas vezes do assunto, mas ele não sai da pauta e do radar de todos aqueles interessados em montar uma reserva de emergência, guardar dinheiro para a realização de um sonho e/ou, principalmente, construir um pecúlio para a sua vida mais tranquila e confortável após a aposentadoria. Não custa relembrar os passos e os conceitos básicos, que permitem aos investidores iniciantes, assim como os mais experientes, fazerem suas aplicações no mercado em busca da maior rentabilidade e segurança possíveis. O mesmo vale para nossos novos seguidores e leitores que, em geral, têm interesse em conhecer um pouco mais sobre o tema.
Qual é o primeiro passo para quem deseja investir? Elementar, meu caro Salmon: ter dinheiro para investir. Não é concebível que se peça um empréstimo para fazer aplicações. Os juros do empréstimo são sempre superiores aos da aplicação, de forma que esse atalho é prejuízo certo. Portanto, a primeira tarefa é fazer sobrar dinheiro no seu orçamento mensal. Para isso, são necessários planejamento, controle e disciplina e, em alguns casos, pouco ou muito sacrifício. Cada caso é um caso, não canso de repetir. Mas, todos temos uma coisa em comum: o desejo de segurança e tranquilidade nas diversas fases da vida. Então, não espere sobrar dinheiro no seu orçamento para começar a investir. É preciso fazer sobrar e investir.
O segundo passo é definir seus objetivos de curto, médio e longo prazos. Se você não tem nenhuma reserva financeira, deve começar pelo curto prazo, ou seja, formar essa reserva. É a chamada reserva de emergência, dinheiro que pode ser necessário a qualquer momento, seja por questões de saúde, desemprego ou outros imprevistos. No caso específico do desemprego, o que é mais comum, o ideal é ter uma reserva equivalente ao valor de seis meses de suas despesas. Esse é o tempo médio para que você busque recolocação ou novas opções de receitas. De novo, isso pode variar em função de diversas circunstâncias. Você é a melhor pessoa para definir esses parâmetros.
Estabelecida (formada) a reserva de emergência, é hora de pensar no futuro: médio e longo prazos. Você talvez não precise, ou não queira, acumular dinheiro para uma viagem, um casamento ou custeio da universidade dos filhos, cirurgia plástica e outros sonhos, os chamados objetivos de médio prazo, mas é certo, de que do futuro, de sua senioridade, você não pode esquecer. É sabido que no primeiro momento da aposentadoria, nossas despesas tendem a diminuir e nos iludimos com uma falsa sensação de segurança. Entretanto, num futuro próximo as despesas com saúde começam a se tornar relevantes e permanentes, causando grandes preocupações e transtornos em nossa renda. Nessa hora, é que o socorro de um pecúlio formado nos tempos da bonança é muito bem-vindo.
Definidas a obrigação de guardar (investir) dinheiro e as metas a serem alcançadas, é hora da ação. Entram em cena, então, as cinco principais características do investidor vencedor, todas em doses adequadas: 1) Informações, o máximo que puder, confiáveis e atualizadas; 2) Cautela, sem exageros e baseadas nas informações; 3) Controle e Acompanhamento para mudanças de rumos, se necessárias; 4) Persistência e Disciplina, ou seja, acreditar na “magia” dos juros compostos focando, sempre, no objetivo maior e 5) Diversificação, a velha estória de não colocar todos os ovos na mesma cesta.
Considerando que seu objetivo é o longo prazo, não se deixe influenciar, em demasia, por crises e espasmos do mercado. Não faça movimentos bruscos com suas aplicações. Evite o efeito manada. Mantenha a calma e reflita antes de qualquer movimentação. Mãos à obra, Bora aplicar.