Eu tinha 10 anos de idade e não usava calçado, ia todos os dias para a escola de pé no chão. Meu pai havia falecido há quatro anos e, até então, eu nunca soubera o que seria um Papai Noel. 

Via meninos com presentinhos que ganhavam por ocasião do Natal e eu não ganhava nada. Brincava com os brinquedos dos outros meninos e em casa não se falava do tal Papai Noel.

Nas vésperas do Natal de 1953 a dona Luísa, que era proprietária da casa em que morávamos, chamou-me e deu-me uma caixa de papelão e falou: “Coloque capim nessa caixa porque o Papai Noel vai passar amanhã para deixar presentes. As renas precisam comer, se você fizer isso ele deixará um presente e quando você receber o presente quero que venha mostrá-lo para mim”.


Assim fiz. Enchi a caixa de capim e coloquei na porta de casa. Fui dormir ansioso, pois aquilo nunca havia acontecido. No dia seguinte acordei e corri para olhar a caixa, no lugar do capim estava um par de sapatos. 

Que felicidade! Calcei-os e fui mostrar para dona Luíza, que sorriu gostosamente e me abraçou.

Porém, nunca mais o Papai Noel apareceu, apesar de eu colocar diversas vezes um pouco de capim na porta de casa.

Sempre ensino aos meus que Ele existe. Para mim veio apenas uma vez, mas valeu, pois deixou-me muito feliz. 

Sou até hoje muito grato porque o meu foi o VERDADEIRO PAPAI NOEL, ou foi MAMÃE NOEL.

Salmon Paiva – Curitiba 

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