Nos conhecemos em 1972, quando cursávamos o 1º. Ano Colegial, hoje ensino médio. Fazíamos parte de uma boa turma de amigos que praticavam esportes, outros atuavam no teatro, participávamos das atividades da escola, campeonatos esportivos, festivais de música, espetáculos teatrais. Naquela época nosso colégio D. Pedro I, zona leste da capital, era uma referência na cidade de São Paulo.
Eu e o Luiz nos tornamos amigos, mas foi no ano seguinte, em um bailinho de garagem, que começamos a namorar.
Durante três anos namoramos escondido, havia uma grande barreira entre nós: o preconceito. Ele, um nordestino, que veio para São Paulo quando tinha apenas dois anos de idade e eu, uma nissei, filha de um japonês e uma brasileira, filha de japoneses, que carregava ainda muitos dos costumes orientais.
Mas eu tive a certeza de que o amor verdadeiro rompe barreiras e, graças a ele e a nossa perseverança, nos casamos em 1981. Luiz é um grande homem, se tornou o melhor amigo do meu pai e era considerado um filho pela minha mãe.
Um ano depois do casamento nasceu nossa filha Fernanda, que hoje é economista e funcionária do Banco do Brasil. Mais três anos e veio o nosso filho Ricardo, formado em arquitetura.
Deus sempre esteve presente em nossas vidas, sempre nos sentimos privilegiados e ricamente abençoados pelas nossas conquistas e pela harmonia que reinava em nosso lar.
Eu sou professora e me aposentei em 2006. Três anos depois meu marido, funcionário do Banco do Brasil, também conquistou sua aposentadoria. Filhos adultos, vida financeira equilibrada, um grande amor entre nós, era tudo o que qualquer pessoa sonha.
Porém, assim que o meu marido conseguiu sua aposentadoria comecei a notar algumas mudanças em seu comportamento, ou melhor, eu percebia alguns movimentos involuntários.
Depois de passar por sete neurologistas, o oitavo diagnosticou em 2016: Luiz era portador da Coreia de Huntington, uma doença hereditária, onde as células nervosas do cérebro se rompem ao longo do tempo, um mal que não tem cura.
Começava ali outra fase da nossa vida. Em primeiro lugar a aceitação da doença, a pesquisa da patologia, o enfrentamento dos altos e baixos dos sintomas.
Apesar de não ter cura, começamos a fazer tudo o que era possível na tentativa de adiar ao máximo a evolução da doença: fisioterapia, pilates, acupuntura, tudo o que pudesse ajudar nos movimentos, além do tratamento emocional, para ele e para mim também.
E mesmo com toda essa carga, que temos que carregar, acredito que Deus continue nos abençoando e mostrando o caminho.
No mesmo ano em que recebi o diagnóstico, reencontrei muitos dos nossos amigos e amigas do colégio, que hoje nos fortalecem nessa batalha.
Tentamos viver da melhor maneira cada segundo, aceitamos a nossa missão, que nos glorifica e nos faz crer que tudo vale a pena. Eu tenho certeza de que a presença de Deus em nossas vidas é fundamental.
Meu nome é Elza Tomie Almeida e essa é parte da minha história.
Parabéns Tomie. Mais uma linda historia de amor vencendo barreiras. Vc é guerreira. Bjkas
Linda história!
Parabéns por ser essa mulher guerreira.
Sem dúvida, o Luis não poderia ter escolhido melhor esposa. Esposa que faz honrar com os mandamentos de Deus.
Com toda a certeza o Luis, Ricardo e Fernanda sentem grande orgulho de você…
Como eu também sinto! Um grande beijo da eterna fisioterapeuta do Luis Bernardo. Lene Mello
Desculpe ao outros olhares e a vc Tomie,não havia colocado o nome….🦋
Tomie e Luís, o amor vence barreiras sempre,sua família é exemplo de perseverança e união,….como vc sabe,seus pais,irmãos são marco em minhas memórias, Deus continue direcionando suas vidas e trajetória…..amo muito vcs…🌹❤🌺❤🌹
Que lindo depoimento de amor e fé. Parabéns, Tomie. Que Deus continue abençoando essa união.