Em meio a essa pandemia, fico pensando com meus botões, o que seria do nosso povo se não existisse o SUS. O Sistema Único de Saúde foi criado na Constituição de 1988, e nele se estabeleceu que é dever do Estado garantir saúde a toda população.
Não é perfeito, pelo contrário, está muito longe de ser, mas é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes, que garante assistência integral e completamente gratuita a sua população.
Acredito que isso já bastaria para ser um orgulho para o país, mesmo com tantas deficiências, mas não é.
Constantemente surgem críticas ao sistema, aparecem alguns “iluminados” que desconhecendo, propositalmente e de livre e espontânea vontade, a realidade brasileira, querem acabar com o SUS.
Mas, apesar de todas as queixas e problemas, o sistema é fundamental para o nosso povo e acredito que existem mais benefícios do que se possa imaginar.
Esses “iluminados” ignoram que o Brasil é reconhecido internacionalmente pelo Programa Nacional de Imunização, que garante à população acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela OMS; ignoram que o SUS é o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo; ignoram que o órgão dá assistência integral e totalmente gratuita para a população de portadores do HIV e doentes de Aids, renais crônicos, pacientes com câncer, tuberculose e hanseníase. Ignoram ou apenas fingem que não sabem, talvez seja mais conveniente.
E o que deveria ser motivo de orgulho para os dirigentes da nação, parece ser algo que incomoda, talvez por ser assistencialista, talvez porque exige muitos investimentos.
Mas é bom lembrar que pagamos impostos para isso também, e que tem que ser assim, pois o nosso povo ainda não atingiu e está bem longe de atingir um patamar que lhe garanta total independência do Estado.
Será que as pessoas conseguem imaginar o que estaria acontecendo com o povo brasileiro nessa pandemia, se não fosse o SUS?
Então, acredito que isso já é motivo mais do que suficiente para nos convencermos e batalharmos para manter esse atendimento gratuito aos brasileiros, mesmo que não precisemos dele.
É momento de todos, sem exceção, exigir mais do poder público, exigir mais respeito, exigir um olhar com mais empatia para todo o povo brasileiro.