Um dia, li no jornal que estavam abertas as inscrições para o concurso para escolher a mulher mais bela do Brasil.
Fiquei interessado, pensei em indicar alguém, pois conheço muitas mulheres formosas.
Eu não poderia indicar o nome de minha esposa, pois seria puxar a brasa para minha sardinha, deixei de escolher muitas outras porque não possuía dados e fotos.
Finalmente escrevi para a direção do concurso enviando o nome de uma mulher muito formosa, o de minha irmã MARIA AMÉLIA que já viveu mais de 91 anos, juntamente com sua foto atual.
“Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas”. Sêneca
Desculpei-me por não mandar suas medidas pois não as tenho, porém mencionei suas qualidades que realçam a sua beleza: verdadeira no falar, zelosa com a família, bondosa com todos, obediente a Deus.
Trabalhadora, nunca deixou a preguiça se aproximar. Caprichosa, mantém a casa em ordem fazendo da simplicidade um luxo.
Modesta no vestir, porém conserva o bom gosto. Moderada no falar, elegante ao andar, pois sempre anda nos caminhos bons de Deus.
Não me esqueci de mencionar o sorriso amoroso que possui e é evidente quando encontra parentes, amigos e ao atender os necessitados.
Eu tinha certeza absoluta de que minha indicação seria aceita, até porque, beleza não é só uma questão física, beleza pra mim é um conjunto de qualidades, que vejo nesta pessoa.
Entretanto, encerradas as inscrições, não encontrei seu nome na lista das candidatas.
Não recebi resposta nem me devolveram a fotografia que enviei.
A direção do concurso talvez não tenha recebido a minha carta. Eu sou o culpado, pois deveria tê-la remetido registrada.
Agora tenho certeza: não se pode confiar nos correios hoje em dia…Que pena!
…Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, pura como o sol, maravilhosa como um exército com bandeiras? Cantares 6.10
Salmon Paiva – Curitiba