Enviado pelo autor: Antonio Carlos de Souza
Sobre o autor: Conhecido nas quadras de futsal, nas mesas de bar e rodas de samba como Tonhão para não ser confundido com seu homônimo, Antonio Marcos, o Toninho, também artista, de igual talento. Sua carreira artística não decolou, por seu amor à Engenharia e à cerveja. Limitou-se a pequenas participações nas peças de teatro do Colégio Dom Pedro e ajudar nos refrões dos sambas cantados nas rodas, madrugada afora. Mas, como sempre, Milton Bituca tem razão: todo artista tem de ir onde o povo está, e aqui está nosso querido Tonhão!!
Morre Vanusa! A notícia, infelizmente já esperada, chegou. A morte, ainda que aguardada, choca! Por que me sinto especialmente abalado? Não sei, mas fui buscar na memória algo que justificasse essa minha angústia.
Lembrei das primeiras vezes em que vi Vanusa, num programa precursor dos Trapalhões, que era exibido nas noites de quinta-feira na extinta TVExcelsior, chamado “Adoráveis Trapalhões”. O cast era composto por Renato Aragão, claro, Vanderlei Cardoso, Teddy Boy Marino e Ivon Cury. As famílias se reuniam diante da tv para assistir as “trapalhadas” daquela trupe, repletas de aventura, humor e romance. Então num dos episódios, entrou em cena aquela loira linda e sexy com um minúsculo short, boa de briga, para rapidamente tornar-se a quinta Trapalhona. Bem, daí seu sucesso foi meteórico! Muito antes de Xuxa ser sinônimo da loirice, Vanusa tornou-se o sinônimo para designar alguém loiro, numa figura de linguagem que não me lembro qual. Era símbolo de uma mulher independente, não de uma loira burra!!
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À época atribuiu-se à jovem e bela cantora um romance com Wanderley Cardoso, para povoar o imaginário dos fãs da Revista “Intervalo“ e outras, mas o fato concreto é que o que a tornou mais próxima de mim foi seu relacionamento com o nosso Toninho, esse mesmo, o Antonio Marcos. Nessa época sua carreira artística deslanchou, pois passou a gravar músicas do próprio Antonio Marcos, assim como de outros compositores como Taiguara, Belchior e Sergio Sá, enfim gente da mais alta qualidade.
O romance com Antonio Marcos acabou. Sei que teve outro com o Augusto Cesar Vanucci e depois, confesso, não acompanhei mais. Vez por outra ouço um de seus velhos sucessos, nada mais que isso. Foi, também, há alguns anos, vítima das redes sociais, quando em um evento não conseguiu cantar o Hino Nacional. As redes sociais não respeitam a história das pessoas.
Nunca fez parte da lista das minhas dez cantoras preferidas, mas fiquei realmente triste com a notícia, tão triste que acredito as manhãs de setembro nunca mais serão as mesmas.