No papel de consultor financeiro, só  existe uma situação que me incomoda mais do que encontrar pessoas que têm  mais que um cartão  de crédito: perceber que, ainda, há pessoas que pagam tarifa mensal ao banco para manter uma conta corrente. E mais: pagam tarifas absurdas por operações que, em valor ou quantidade, excedam àquelas contratadas em seu pacote. Pior: em sua maioria, são  as mesmas pessoas que  compõem esses dois grupos.

 Ainda que o Banco Central tenha estabelecido limites para essas taxas, elas ainda são muito elevadas e representam um fardo adicional aos já castigados clientes do sistema financeiro. Mas, não precisa ser assim. Atualmente, há diversas opções que proporcionam condições muito mais vantajosas e práticas para os clientes do sistema bancário.  A principal, e mais acessível de todas, são os bancos digitais. Bancos sem agências físicas, que baseiam suas operações em redes digitais, através de aplicativos fáceis de operar e seguros, na medida do que se pode convencionar de segurança no mundo digital. 

Mais importante: são bancos regulamentados e fiscalizados pelo Banco Central, alguns deles já rivalizando em tamanho e carteira com bancos médios tradicionais. Além de facilidade nas transações e menor burocracia, o grande atrativo continua sendo tarifa zero para grande parte dos serviços ou, quando existem, são menores do que as dos bancos tradicionais. A maioria deles, também, opera cartões de crédito, concede empréstimos e oferece produtos financeiros para investimentos. E atendem tanto pessoas  físicas  quanto jurídicas. 

Bancos digitais são as instituições mais visíveis de um segmento mais amplo: as fintechs, empresas que prestam serviços financeiros fortemente baseados em tecnologia. Podem ser, também, corretoras de valores, gestoras de ativos, fornecedoras de crédito e operadoras de meios de pagamento. Embora os bancos tradicionais, também, ofereçam bons aplicativos e tenham digitalizado bastante suas operações, eles ainda mantém suas estruturas físicas e, portanto, mais custos, que implicam em maiores tarifas. Os bancos tradicionais são digitalizados, mas não são digitais.

Como tudo na vida, seu banco é  uma escolha pessoal e deve atender suas necessidades, que podem não ser iguais a de todos. Se você preza o bate papo e o  cafezinho com o gerente, gosta de uma fila para fazer amizades ou se sente mais seguro com o comprovante em papel de sua transação, então, o melhor é permanecer no banco tradicional, ainda que pagando um pouco mais. 

Casa de ferreiro, espeto de pau. Por excesso de tempo e falta do que fazer, eu ainda mantenho, além da conta em banco digital, uma conta num desses “bancões”. Negociei bem a questão das tarifas e continuo com direito ao cafezinho, água gelada, jornal do dia, bombons, balinhas de café e o indescritível prazer de olhar na cara do gerente e dizer: “quando é  que você vai me financiar aquela vida boa, rolando pela grama do jardim  e areia da praia, com os netos, que eu vi ontem à noite no comercial de TV do nosso banco? Eu ainda processo vocês  por propaganda enganosa. “. Precisam ver o sorriso amarelo do cidadão.  

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