Algumas coisas têm me deixado indignada, nos últimos tempos. Não sem motivos, eu acredito.
Não cabe na minha cabeça, por exemplo, que o país esteja regredindo tanto, em tantas situações, educação, cultura, no próprio desenvolvimento. Não cabe na minha cabeça a pobreza no mundo, com tanta gente ostentando tanto. Não posso aceitar a inércia dos políticos brasileiros, que não se incomodam com tanta gente morrendo de fome e de Covid. Não posso acreditar que, em pleno século 21, as pessoas aceitem a ideia da terra plana.
Mas tão ruim ou pior do que isso, é que as pessoas chegam a duvidar da ciência, não acreditam que existe uma pandemia, não acreditam em uma vacina para vencer a pandemia, e motivados por pessoas sem escrúpulos, sem respeito pelo próximo, se negam a adotar os cuidados recomendados no mundo todo contra uma doença que está matando e que não se sabe quando será controlada.
Mas tem outra coisa que também me incomoda muito e é sobre isso que quero falar: o ataque gratuito de grande número de pessoas à imprensa, até porque, de alguma forma, faço parte dela. Não que eu acredite que são perfeitos e que não erram, mas a imprensa exerce um papel fundamental, no atual momento.
E sem levar isso em consideração, existe uma parcela da população que contesta tudo o que se publica hoje, especialmente quando o assunto envolve a política.
São fatos que as pessoas não querem ouvir, talvez porque não queiram saber a verdade, é o que eu concluo.
E o mais triste é que essas pessoas, não querem acreditar no que a imprensa diz, mesmo quando há uma unanimidade nas versões ou opiniões. São jornais, emissoras de rádio e TV, revistas com profissionais, que estão cumprindo o seu papel.
Há interesses em jogo? Sempre há. Existem alguns tendenciosos, claro que sim, e são muitos, mas os fatos em si são verdadeiros.
Por que colocar em dúvida o trabalho desses profissionais?
Então, como jornalista, me cabe aqui lembrar que a principal função do jornalismo é informar, relatar os fatos como realmente acontecem, e de preferência, mostrando as provas.
No jornalismo especializado existem os formadores de opinião. São profissionais gabaritados, que estudam, que pesquisam e que sabem do que falam. Essa é a função deles: analisar os fatos e entregar mastigados para seus leitores ou ouvintes, e opinar sim, porque são conhecedores do assunto e têm competência para isso.
A intenção é cumprir o seu papel na sociedade, se vão falar o que as pessoas querem ouvir, não se sabe, mas não vão mentir.
Acredito que é uma questão de lógica e de justiça reconhecer que muitas coisas no país e no mundo só se resolvem porque existe uma imprensa que cumpre o seu papel de denunciar as arbitrariedades, de mostrar ilegalidades, de anunciar descobertas, de cobrar providências dos órgãos competentes, e de ensinar às pessoas seus direitos e deveres também.
[…] dia, Elena escreveu aqui mesmo no “Outros Olhares” http://www.outrosolharesblog.com.br/em-defesa-da-imprensa sobre a perseguição que o jornalismo profissional e responsável vem sofrendo de uma parcela […]
Questões sobre o papel da imprensa muito bem colocadas. Somente com imprensa forte e livre podemos entender a sociedade verdadeiramente democrática.
Quem tiver oportunidade, assistir a “Cercados” (Globo Play) que também trata sobre este tema.