Por Odilia D´Angelo
Ah….Como me lembro do 1º de maio.
Passava o ano esperando por esse dia. Nascida, criada e ainda moradora do bairro de Ermelino Matarazzo, em São Paulo, vivi por muitos anos a melhor a melhor festa da cidade em homenagem ao Dia do Trabalhador. Morava bem na esquina do Largo 1º de maio, defronte ao palanque oficial. Da laje de casa podíamos ver tudo. E a casa ficava cheia de amigos que vinham assistir os festejos, de camarote, na melhor localização.
Pra mim a festa começava dias antes. Os preparativos com a limpeza das ruas, pintura das guias, o movimento dos comerciantes para colaborar e a expectativa para o que seria apresentado. Pairava o clima de alegria, de pertencimento a uma celebração, o ar contagiante de querer participar. Começava a colocação das faixas entre os postes transformando a avenida em uma verdadeira exposição de cartões de felicitação. Na véspera da festa acontecia um show de abertura com artistas conhecidos e todo o movimento e ansiedade não permitiam um sono tranquilo. E, já às seis horas da manhã, uma salva de 21 tiros chamava a todos para o grande dia. E eu, contava, tiro a tiro, para poder me levantar e me preparar para a jornada. Às sete horas, o agradecimento e a fé se manifestavam nas orações da missa campal.
E, às nove horas começava o grande momento da celebração: o desfile cívico. Difícil descrever como todos tinham orgulho de se apresentar e ir assistir. Escolas de todos os lugares, bandas e fanfarras exaustivamente ensaiadas para o dia, apresentações das bandas da Aeronáutica e da polícia militar, o desfile da Cavalaria. Comerciantes montavam carros alegóricos, as fábricas da região traziam máquinas que funcionavam na avenida. Lembro muito bem de uma formiga gigantesca que andava pela rua. E também vinham os carros das misses eleitas. Tinha muito mais. Torneio de futebol com times da região, pedestrianismo e corridas de bicicleta.
A presença política era constante – a fama e popularidade da festa atraia desde vereadores até governadores – mas não era primordial. Mas a ocasião de tais autoridades estarem presentes, era aproveitada para entregar reivindicações.
Pra mim, e pra todos os jovens das décadas de 60 e 70, o 1º de maio era mais do que uma festa do trabalhador. Era um dia pra ver gente, andar pela rua, paquerar, conhecer as tantas pessoas novas que visitavam o bairro. E, na minha casa, passava muita gente. Lembro que minha mãe, a Concetta, deixava prontos uma grande panela de arroz e coxas de frango assadas para os amigos que quisessem fazer ‘uma boquinha’.
E, para tristeza, o dia passava muito rápido. Logo chegava a noite com o show de encerramento e a sempre linda e esperada queima de fogos, que deixava todos nós extasiados.
Hoje, lembrando desses dias repletos de alegria e emoção, não quero pensar no porquê essa comemoração, germinada e desabrochada pela comunidade, pela gente comum, perdeu o sentido, e que só as manifestações políticas são enaltecidas. Só quero dizer:
Viva o 1º de maio!
Parabéns ao trabalhador!
Homenagem a todos que lutam por uma vida melhor!
Essa festa era muito famosa, não só na região, mas na cidade inteira! Um orgulho para a Zona Leste.
Sim, era a melhor Festa do Trabalhador de toda São Paulo
Olá Odilia
Vivi essa festa intensamente , vários anos .
Desde o primário , onde hoje é o lar Vicentino , até o ginásio com prof Rubens
Os carros alegóricos eram montados em casa . Ficávamos anciosos e orgulhosos de desfilar
Fui frequentador assíduo do camarote oferecido por sua mãe .
Belos tempos …, belos dias
E, aqueles dias, deixaram lembranças fantásticas
Cheguei a assistir umas duas vêzes. Agora essas festas acabaram. Hoje em dia só tem baderna. Não existem mais os idealismos de outrora.
Verdade. Mudou muito.
Esperávamos por este dia , era o dia de encontrar muitas pessoas , pois todo o bairro se concentrava nos espaços da festa.
Sim, era o dia de encontros, de alegria, de diversão.
Amava. Íamos todos, os sete primos, os lanches embrulhados nos “paninhos”… saudades eternas, hoje mais doída ainda.
Infelizmente aquele dia de festa não mais existe… Acho que nem tem mais o campeonato de futebol de salão entre os colégios… as lindas meninas à frente das fanfarras… as lembranças…
Hoje temos a saudade gostosa de dias vividos. Dias de muita alegria, de se sentir fazendo parte, de vida simples com cara de gente.
Parece que as facilidades de lazer e de locomoção deixaram para segundo plano as comemorações cívicas e religiosas..estamos em outros tempos
Outros tempos…esse tipo de comemoração é daqueles que viram saudades pra quem viveu e curiosidade para os jovens.
Esperava muito esse feriado. Era a oportunidade de subir numa laje.
Eu também espera que algumas pessoas viessem.
Trabalhar é viver. O trabalho nos permite chegar aos objetivos e realizar sonhos. Parabéns Trabalhadores!!